![]() |
||
|
||
O ESPAÇO JOÃO PEDRO RODRIGUES CONVIDA-O (A) A VISITAR A EXPOSIÇÃO DE ESCULTURA DE FILOMENA ALMEIDA | PORMENOR NA PAISAGEM NA GALERIA DESTE ESPAÇO ATÉ AO DIA 13 DE JUNHO. Réplicas em bronze de galhos de árvores, alongam o seu tronco por corpos metálicos em aço inox. Os materiais do fogo transformados pelo homem, são Natureza no espaço de exposição. Esta trespassa aquele espaço deixando à vista e ao toque uma parte da sua imensidão. A Natureza retoma o seu lugar Filomena Almeida | Abril de 2012 Tensões e representações, heranças ou nomeações: A Natureza e o artifício. A Natureza é um templo onde vivos pilares Pronunciam por vezes palavras ambíguas; O homem passa por ela entre bosques de símbolos Que o vão observando em íntimos olhares. Charles Baudelaire[1] A arte ou natura naturata (conjunto das coisas criadas)[2], por ser finita distingue-se da Natureza ou natura naturans(força que engendra, responsável por criar)[3], pois se a arte é a coisa que o homem é capaz de criar, a Natureza supõe uma divindade como substância infinita, para essa criação[4]. Uma Casa Vegetal, um Ciclo Natural, um Fragmento na Paisagem ou mesmo a Floresta, são trabalhos que se apresentam nesta exposição, enquanto ferramentas de manipulação da natureza original. Através do artifício techné, que pressupõe um acto executado conforme um plano, por um ser racional, a autora imita a natureza, nomeando uma floresta com um trabalho de instalação. Nesta floresta, a tensão é-nos sugerida pela suposta pressão exercida na arquitectura do espaço que invadiu e, no qual instalou os seus nove elementos. Também o anel de loureiro em bronze, acentua a referida tensão, já que, além de cercar os tubos de aço de origem industrial nos remete para o universo natural, conseguido pela reprodução de molde directo em areia. De igual modo, embora de escala muito distinta, a peça Ciclo Natural, vive do acentuado confronto entre os extremos das linguagens das matérias que lhe dão corpo: o bronze representando o orgânico (a dimensão naturans) e o aço polido até à exaustão (a dimensão naturata). Fragmento na Paisagem, é antes de mais, a reprodução de um fragmento de um dos elementos da instalaçãoFloresta, afirmando-se na essência mimética[5] A Casa Vegetal, apresenta-se neste conjunto de trabalhos como a escultura mais inventada, porque aquela, em que a escultora melhor conseguiu desenvolver uma linguagem. Os sinais que pertencem à Natureza deram origem a umaforma original significativa, exprimindo assim o carácter da autora que inventou para si própria uma Maneira tal como afirmaria Goethe[6]. Este conjunto de trabalhos, fala-nos, sobretudo sobre a Natureza enquanto conteúdo transversal às matérias e aos processos implicados no desígnio da escultora, cujo resultado, expressa a qualidade de segunda natureza que possui a arte enquanto produto humano, evidenciando o facto das relações entre arte e natureza se encontrarem assim interpenetradas. Pormenor na Paisagem, é uma exposição que recorre a matérias e processos próprias da génese da escultura, como a modelação, a fundição e a construção de objectos numa clara afirmação moderna e por vezes até romântica. Condição apenas quebrada, com a instalação Floresta, que já se integra numa outra ordem de construção de espaço atribuída pela História da Arte do Séc. XX, à dimensão Pós-moderna. Aveiras de Cima | 8 de Maio de 2012 ______________________________ [1]BAUDELAIRE, C. (1992). “IV Correspondências” AS FLORES DO MAL. Lisboa: Assírio e Alvim. Pág. 57. [2] CARBÓ, E. L. (1996). “Paisaje y fotografía: naturaleza e territorio”. El paisaje. Huesca: arte y naturaleza. 2, p.26. [3] Idem. [4] Segundo o pensamento de Spinoza. [5] MOLDER, M.F. (1992). Introdução. A Metamorfose da Plantas. Lisboa: INCM [6] GOETHE (1992). Maneira. A Metamorfose da Plantas. Lisboa: INCM Horário de funcionamento Aberto de terça-feira a sábado Galeria das 15h00 às 19h00 |
||
|
||
Obras em Exposição |
||
|
Voltar |