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Gosto das flores. Gosto dos bichos. Gosto dos bichos que são lobos. Também gosto das aves, das aves que são pássaros. Gosto dos esquilos. Gosto das linhas que nos ligam na visão que o Jorge assume do seu imaginário. Trata-se do imaginário de todos os referentes, que desta vez no remete para a infância. Nele, também nós somos capazes de nos identificar, de nos reencontrar. Retratamo-nos e somos retratados por ser nessa linguagem que estes novos trabalhos dialogam e comunicam. É assumidamente uma etapa auto-representativa de toda a sua personalidade, de todos os seus desejos e da dimensão especular que ele próprio encontra no seu interior. Trata-se de um trabalho que vai muito além do retrato ou do auto-retrato, por nele o artista encontrar o veículo para nos transportar para além da sua própria imagem. Na verdade é ele, mas é ele em muitas outras histórias que também podem ser nossas; é disso que trata a citada auto-representação. Não existem grandes artifícios nem máscaras de outros, por serem sempre suas, as expressões que sobrevivem nas diferentes narrativas que nos propõe. E ouso recorrer à ideia de sobrevivência por acreditar que todos nós podemos resgatar nesta dinâmica de relações, forças para ir mais longe. Na verdade, talvez seja esta uma ideia ou um esboço demasiado simplista do meu olhar, que podem pecar pelo exagero. Ainda assim, arrisco olhar para ver. Creio que é uma observação naïf, que em alguns momentos pode até tocar o kitsch. Veja-se que me entrego às cores quase garridas deste cenário. Também me dou aos beijos e posso perfeitamente perder-me, saltando de um quadro para outro, de vida em vida, assumindo novos papéis. Esqueçam-se dessa dimensão de espectador e encontrem-se por ali, numa destas telas, bem embrenhados numa fábula nova, onde o Jorge nos leva pela mão. Alexandre Gonçalves
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Obras em Exposição |
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