|
||
Nesta época, comparável a qualquer outra, em que os problemas de perpetuação de uma raça ou classe através da destruição dos seus inimigos, absorvem por completo as motivações duma sociedade civilizada, torna-se inoportuno e insignificante criar obras inspiradas apenas nas emoções e nos desejos do indivíduo. Man Ray , Paris 1934 FEITO POR MEDIDA Será o mundo feito à nossa medida ou seremos nós a concebermo - nos à sua ? FEITO POR MEDIDA é um exercício centrado nesta questão. Baseado nas pulsões mais simples e primárias, observa em lugares públicos e comuns aquilo que é óbvio... e as coisas mais óbvias são sempre as mais difíceis de aceitar.......! Como elação desta observação um facto parece claro: viemos a este mundo para sermos cumpridos - satisfeitos e esta afirmação pode gerar algumas interrogações: Será que vectorizamos a nossa energia no sentido correcto? E qual será o sentido correcto? A descoberta de uma identidade ou da sua ausência? Ou ambas em momentos diferentes e ou simultâneos? Este trabalho, fotografado (em película - negativo) entre 2002 e 2005, em Nova York, Londres e Madrid, foi realizado com cumplicidade generosa e disponibilidade amiga da bailarina e professora de dança Diana Melo Rego e do escritor e poeta Daniel Jonas, com quem trabalhei durante estes anos (em sessões semanais individuais) num processo de pesquisa livre e criativo, longe das questionáveis dominantes que gerem a actividade artística dos dias que correm. É pois com as imagens destes dois amigos e companheiros de viagem, que povoo três cidades do ocidente, alvo de dramáticos atentados. Aqui se inscreve a frustração de uma civilização, que se arroga como tal, apesar da sua incapacidade de gerar soluções para mitigar a incomensurável e obsessiva sede de satisfação dos indivíduos que lhe dão corpo. Então onde procurar esse cumprimento, essa satisfação.........? Não será o conflito que vivemos fora reflexo do que alimentamos dentro......? Assim mesmo: FEITO POR MEDIDA Ocorre-me o que escreveu Van Gogh ao seu irmão Theo: "os moinhos já não existem mas o vento continua a ser o mesmo..." Que nova Poética reinventar como acto ultimo de Civilização? Luís Tobias Zavial 2003 www.luistobias.com
|
||
|
||
Obras em Exposição |
||
|
Voltar |